A poesia de Álvaro Nassaralla em "Outoneria" se revela como um potente grito contra a anestesia contemporânea, uma condição imposta pela lógica do capital e pelas estruturas centradas no esvaziamento da crítica e no aprofundamento da superficialidade e dessensibilização. A obra transcende a mera crítica social para se firmar como uma Insurreição da Sensibilidade.
Nassaralla, através de sua linguagem instável, porosa e com gana por excessos, reabilita o caos, a ruína e o marginalizado como fontes de lucidez e de uma espiritualidade visceral. Ele não apenas denuncia a "religião domesticada", a "alienação da classe média" e a "lógica capitalista", mas propõe uma reinvindicação radical do humano que resiste à pasteurização dos sentimentos e à ditadura do "sucesso" vendável.
"Outoneria" se posiciona como um farol na poesia contemporânea ao rejeitar o "consumo fácil, a velocidade, o conforto" e convidar o leitor a um "outro ritmo, outra sensibilidade, outro humano possível". Ao transformar a poesia em um gesto político que "desfunciona o mundo", Nassaralla não apenas critica, mas pretende inspirar uma revolta poética, onde a beleza emerge das vísceras e a esperança pulsa no que o sistema tenta esconder. Em suma, o livro é um chamado à reexistência através da sensibilidade insubmissa, fundamental para navegarmos os desafios do mundo atual.
ÁLVARO NASSARALLA, com formação em Comunicação e Marketing, atua como crítico de arte com foco em expressões contemporâneas e populares. Criou o site sarausdepoesia.com.br, uma plataforma dedicada à divulgação de saraus e movimentos poéticos. É entrevistador no canal Arte em Foco (YouTube). É um dos fundadores do Instituto Internacional de Arte Naif, voltado à valorização e preservação da arte espontânea e intuitiva. Publicou o livro "Tarde em arabescos".
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