No meio do século, o século se evaporou. O diáfano, o sagrado, o profundo húmus da terra se iluminam também. O protótipo ensaia, enquanto o húmus se liberta, e a lesma se arrasta até desarticular a máquina, rápida demais para vislumbrar o movimento. A iluminação farfalha e fenece, o fogo só existe se puder ser apagado.

CIRO INÁCIO MARCONDES é professor doutor e crítico nas áreas de cinema e histórias em quadrinhos. Sua formação vem da Universidade de Brasília (UnB), com pesquisas realizadas em Paris IV-Sorbonne e Cambridge. A poesia, no entanto, é sua atividade mais íntima e primordial. Mundo míope foi escrito ao longo de aproximadamente vinte anos, abraçando diversas metamorfoses da vida e os muitos interesses do autor, que incluem a física, a biologia, a música pop, o cinema, a filosofia e a literatura. Muitos destes poemas foram produzidos no contexto do coletivo brasiliense Nexo Grupal (ativo desde 2003). É também autor do livro ZIP - Quadrinhos e Cultura Pop (Editora Metrópoles, 2021, finalista do troféu HQMIX 2022), além de editor do site especializado em crítica de quadrinhos Raio Laser (www.raiolaser.net) e do podcast Lasercast.

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