O que significa uma ópera/jazz? Equilíbrio entre formal e improviso? Caminhar da memória e alinhavar de acidentes? – Lidar com o inesperado no rigor da arte. Pois a literatura é ficção, mas, ao mesmo tempo, é a reconstrução do mundo da experiência. Ela movimenta personagens de um romance ou ergue os andaimes de um poema. E, assim, desempenha uma função essencial na nossa existência: a busca da leveza em reação ao ofício de viver. Daí, a importância de um livro como este Ópera Jazz, cujo poema pede ao leitor: «Olhe lá fora. É o mundo e seu
movimento, / curvado sobre os mapas da dúvida e do / desespero. Eles fingem saber os caminhos, / os destinos, mas não ficou nada entre os donos / e as lembranças. Até as palavras são outras.»
Everardo Norões
WEYDSON BARROS LEAL é poeta, dramaturgo e crítico de arte. Seu primeiro livro, O aedo, de 1988, recebeu o Prêmio Mauro Mota / Governo do Estado de Pernambuco e o Prêmio Othon Bezerra de Melo, da Academia Pernambucana de Letras. Publicou os livros de poesia Os círculos imprecisos (Massao Ohno, 1994), Os ritmos do fogo (Topbooks, 1999), com apresentação de Ivan Junqueira, A quarta cruz (Topbooks, 2009) e Os dias (Topbooks, 2014). Participou, em 1997, como poeta convidado, do VII Festival Internacional de Poesía de Medellín, na Colômbia. Como crítico de arte, publicou, entre outros, livros sobre Abelardo da Hora, Brennand, João Câmara e Samico, recebendo o Prêmio Jabuti 2012 por este último. Adaptou para o teatro obras de Kafka e Ibsen. Em 2006, foi indicado ao Prêmio Shell pela peça Caetana.