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josé aloise
imagem mínima
mercúrio
I
Quando
cada
virtude
preserva
uma
imagem
mínima.
II
Castor
e Pólux
mutáveis
no céu.
III
Reordenam
as estrelas
em
versatilidades.
IV
Para
aquecer
Mercúrio:
V
Somam
cinco versos
e fanfarronices.
nervo
sim ápice
existe
meia-lua
coroada
feito flor
transmitida
ao nascer
decepada
por um triz
máximo – não
via
nervo mínimo
sentido e
devorado
diante da
dúvida
sonetos num corpo dilacerado
Pelas fagulhas cortantes do desejo, de tão quente, queimam o rosto.
Bambeiam as pernas. Faz amolecer os braços. Dispara a circulação. Ofega o
pulmão. Decepa tudo. O tronco subsiste devido à presença do suco gástrico
recheado de 14 linhas apropriadas contra o ataque de qualquer veneno
disponível no campo do olhar.
novelo num carretel
De uma infância distante e radical, onde rolavam cilindros dinâmicos, para
um fluxo maduro: a desintegração num encontro explosível em manchas de
cores aleatórias. Fundo, forma espaço – embate pessoal nas entranhas.
Evidências do impossível no labirinto branco da tela revelam uma ponte:
Minotauro palpitante.
vermelho
lançam um pouco de tinta azul no céu
sugam o sangue daqueles que desconhecem
e esbaldando em formas e imagens – assim são alguns
desumanos, pelos quatros cantos do país indiferente às cores
tingem um quadro no céu, com pouco azul, verde, amarelo e branco
e sempre dançam em meio a uma tempestade impregnada de vermelho
partido
Partido
o corpo
à sombra
da espera
ou quase.
Seu queixo
pontiagudo
em rigidez
imaginária
observa o
vazio nas
cente.
JOSÉ ALOISE BAHIA é
jornalista, escritor, ensaísta, pesquisador e colecionador de artes
plásticas. Pós-graduado em jornalismo
contemporâneo pela UNI-BH, é autor de Pavios Curtos e Em Linha
Direta (dissertação, no prelo). Participou da antologia O Achamento de
Portugal, reunião de 40 poetas mineiros e portugueses
contemporâneos.
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