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gabriela nobre


sinfonia para um genocídio
 

 

 

Treblinka
 

 

Terreno sórdido ou
capturados sangues vazios
ao tão baixo
que emana do traço ao
prescrito pelo amor –
Glória. são tantos e escabrosos
os tantos, tantos quebrados e
Servos.

Servos quanto à orgia máxima
de Führer tente o que se quer
morta
mordida
devolvida à quebra do pó dos ossos.
Estão presentes, muito presentes.
Devolvidos em nova construção
de bens comuns ao abraço e vitória.
Tão cheio quanto o que se pede.
Corta.

Segue a pé os triunfos e igualdades.
Tanto prova e detonação,
seguem...
Mortos os contos.
Conto morto?

 


Auschwitz

 

 

Não se valem de organismos ou que,
da estrutura mágica,
são próprios ou voluntários,
pasta de cérebro que dome o mundo.

O quimicamente inviável.
Escoam artérias acesas e molhadas,
escoam
Vasos sanguíneos em suas estruturas porosas.

É, somente, prematuro ao sangue.

 


Maidanek
 


Fio de Luta quebra contínua linha mágica.



envolvem o efeito e perscrutam ao
Espírito do Perdido
de agressões sedosas e mártires
que expulsam o contínuo máximo
e atrito entre o perdido
que é sempre.



Ar suspenso.
 



Auschwitz reprise

 


Prematuro ao sangue.
Sem que antes
evitem destroços ou
a linha de espécie.
Coágulos aos olhos,
sangue prematuro,
coágulo aos olhos
sem que queimem
na evolução próxima
-Salve!

 

ciência próxima
e espaços mortos.

 

 

Belzec

 

 

Das duas prisões sendo
meio e vértebra dentro
que incriminam
puro e contínuo
do total
que assim
diz-se ordem.



Chelmo
 


Do resto fim
a queda àquela outra.
Variações perda e morte
terror?
Onde o abismo de grandiosidades
e apelos
terror-
mais abaixo e
enquanto o sempre é eterno.
Onde possam encaixar mais
um.
Comunidades de perdas
que são sempre pó
e são corpos descontínuos.



Sobibor

 


Amargo e tragédias como estímulos.
São cortados do alto ao final,
como bois que não sangram.
Eram tantos; se procuravam ao rebaixar dos corpos
como torso e entrada.
Continham potências e reinvenções hereditárias.
São sete montes trocados por fracos símbolos.
Todos.
Continham evoluções de potências hereditárias;
ou muito, ou pouco.
 

 

GABRIELA NOBRE, nascida em 1982 no Rio de Janeiro, cursa graduação em letras na Universidade Federal Fluminense. Poeta, com vasta produção inédita, é publicada aqui pela primeira vez. Concebido em 2001, este poema em sete partes foi inspirado na obra Symphony for a Genocide, do compositor italiano Maurizio Bianchi.


 

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