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mai-jun 2006


 

Número 8 e outros rumos

 

Thomas L. Friedman é um entusiasta da globalização. Para ele, o mundo está melhor, achatado e igualitário, veloz e prático. Mas Friedman não é um pensador, é um técnico da economia e da política, não perscruta as instâncias mais profundas do mundo, apesar de conhecer sua superfície maquiada: as grandes corporações, os arranha-céus, o capital volante, as piscinas térmicas, os oásis eletrônicos e os sorrisos postiços em rostos edificados nos bisturis mágicos do dinheiro de plástico.


Do outro lado desse entusiasmo estão os pensadores. Aqueles que vêem o mundo contemporâneo como uma máquina errante, com motor potente, mas com condutores senis e passageiros atônitos. Eduardo Portella e Boaventura de Sousa Santos estão desse lado da fronteira. O primeiro, pensando as vicissitudes da utopia, o declínio do progresso e as cisões, rasgões, da modernidade tardia; o segundo, avaliando as intempéries sociais, o desandar da carruagem de ouro e o pedido de revisão para o rascunho do futuro.


As páginas virtuais da Confraria trazem os dois pensadores abraçados (e sobrepostos) pelas promessas e mulheres das Cidades Obscuras, quadrinhos e pensamentos de Benoît Peeters e François Schuiten, dois arquitetos e ilusionários da mais vanguardista arte européia do traço desenhado em quadros. Como todos poderão ver, depois do primeiro ano, nos desinternalizamos. É a nova fase da revista de arte e literatura. Temos trabalhado árduo e arduamente discutido nosso rumo.


E estamos aqui, na luta. Convidamos o poeta Aderaldo Luciano para editarmos este número e navegamos com nossos protetores, aqueles que nos lêem e incentivam, pelas cavernas ficcionais, poéticas, ensaísticas, plásticas e musicais. Nossa trilha sonora fica por conta de Philip Glass relendo Ginsberg e o phantascopia na cola de Paulo Ramos Filho, póstumo e suicida prematuro. Só nos resta avisar: o mundo é vertical e o virtual também é mundo. Portanto, tomem suas naves/naus, bólidos e torpedos, charretes e elevadores, cuidado com as tubulações de gás, respeitem a radiação uraniana e não percamos a memória.

 

Os editores

 

 


 

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