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set-out/nov-dez 2005

 

 

 

editorial set-out/nov-dez 2005

 

 

Nenhuma mancha de tinta nas mãos, e mesmo assim, mesmo assim as nossas bocas

onívoras se enchem para falar: literatura ~

 

E nenhuma mancha de tinta nas mãos, nem a carícia fresca e opaca da folha em nossos

olhos, nem o cheiro de papel ou cola. Em vez disso a presença luminosa dos elétrons na tela, e uma ou outra cãibra no cérebro da leitura apressada – e mesmo assim, mesmo assim: literatura ~

 

REFRÃO

 

O monitor devora seco os nossos olhos

Mas não é ele não que beija os nossos olhos

 

Mas para este espaço do lado de fora que é a arte, última deusa mundana e palpável no

nosso universo de Mollocks & S.A., talvez não seja ofensiva a nossa precariedade, como qualquer perrengue que nos constitui como irmãos penados Del Grande Promissória Del Mundo. Bendita seja, deusa bêbada, por nos deixar tirar um sarro mesmo daqui de baixo da nossa precariedade ~

 

Scripta non volat? Quantos lêem as palavras soltas de CONFRARIA, e, mesmo no

momento de paz do gozo estético não as manda para lá do esquecimento, sem piedade nem permanência, com a leveza dos elétrons? Scripta manent, pois mesmo do recôndito mais pantanoso da matéria do esquecimento nossa mão aperta, e puxa, e faz cócegas na memória e nos órgãos da memória. A cada dois meses novos nomes, mas, na sucessão descontínua do que dizem uma face escondida, demônio da máquina andando dos rios da Babilônia até aqui para um convite, rosto que se dá a partir do fundo branco da tela, mais fundo que o fundo branco da tela, e ainda e mesmo assim: CONFRARIA: irmandade de escribas, CONFRARIA, a tentativa, ainda, do registro do humano ~

 

REFRÃO

 

O monitor devora seco os nossos olhos

Mas não é ele não que beija os nossos olhos

 

 

CONFRARIA, mesmo assim, apertada e capenga entre a vida vivida e a vida real,

CONFRARIA, revista de arte e literatura ~

 

 

notas e comentários sobre este texto infame e feliz:

 

o texto acima é uma piada - ninguém está feliz

 

chegamos ao número 4 - ainda insatisfeitos. já é um princípio

 

[todos viram mas ninguém entendeu nada]

tem-se acusado a Confraria de ser uma revista séria - não é

 

ainda não publicamos Paulo Coelho

 

abaixo as notas de rodapé, viva o maquinário pesado. nossa meta é um bate-estacas de alta profundidade para acalmar o espírito

 

queremos explodir livrarias, universidades e McDonalds, se isso criar movimento

não temos mais ambições que cheeseburguers para os sem-teto e descamisados

 

literatura é bom, mas cheeseburger é melhor

 

nem todos aqui são tão bonzinhos

nem todos aqui estão calmos

 

[fora FMI, o mensalão é nosso]

 

a poesia está morta - a Confraria está viva para comer a carniça

 

prepotência? ingenuidade? vocês não viram nada...

 

 

nota sobre as notas e comentários sobre o texto infame e feliz:

 

muitos Castelos já caíram...

 

 


 

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