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jul-ago 2007


 

A capa do livro de Tariq Ali, Bush na Babilônia (uma criança iraquiana fazendo xixi na cabeça de um soldado americano), é um selo conservador, no mais estrito sentido britânico, diante de Banksy. O grafiteiro pinta com uma lança tão afiada quanto as espadas de Caravaggio. E quer cortar nossas cabeças ilustrando este número da Confraria. Não somos João Batista, nem Saddam. Soubemos controlar, com todos os elementos químicos possíveis, a ira do subversor urbanóide de Londres.

Se Bruno Tolentino não cumpriu o trato e partiu cedo, Paulo Fichtner nos oferece um pouco de justificativa sobre o poeta, enquanto Gustavo Olivieri procura alienígenas ingênuos e in-óbvios, como um antípodo insular. Claro que o hermetismo do que foi escrito aí à frente não pede explicar-se nem entender-se. O objetivo mais aparente é jogar as palavras num muro construído ali na Faixa de Gaza.

O mundo não está para poetas. Está para espoletas. Talvez por isso João Rasteiro queira pensar a poética por um viés político. Mesmo que sempre tenha sido assim é necessário dizê-lo insistentemente, todos os dias, todas as noites. O sol deve dizê-lo, o mar deve dizê-lo. E quando Flávio Viegas Amoreira grita ensimesmado diante do porto de Santos sua oração mais lírica, nós pensamos que há caminhos pelo céu.

E realmente os há. Assim nos revela, phantascopiamente, o holandês voador Arjen Duinker. Abraçados a Serge Pey, os meninos da Confraria iniciam um novo ano de tentativas. Ainda acreditamos na palavra escrita. Acreditamos na palavra dita. Na figura viva. Pensamos que desse eterno preto-e-branco da vida, essa causa perdida, é possível extrair algo palatável aos olhos, deglutível aos ouvidos, como uma furadeira elétrica de alto impacto a cutucar as axilas da alma. Vamos comer com a Confraria. A mesa está posta.


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