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mar-abr 2007


 

Chegamos, finalmente, ao segundo ano de existência da revista Confraria, dando exemplo, segundo palavras de Roberto Corrêa dos Santos, de obstinação, dedicação e qualidade, motivos mais que suficientes para festejar com grande entusiasmo. Entretanto, este 13º número chega com um certo nó na garganta, uma vontade de choro, uma tristeza contida. O mês é março, o mês definitivo, quando as orientações para o resto do ano vão se consolidando e algumas esperanças teimam em subir às árvores. Um esperançoso fechou a sua oficina compulsoriamente. Gerardo Mello Mourão, há exato um ano, batizava a Revista Confraria, ao ser homenageado em nossa primeira edição de aniversário. Consolidava com sua escrita nossa dignidade, ao tê-lo em nossas páginas. Gerardo, que anunciava naquele número seu medo de morrer, caso terminasse O Nome de Deus, sua última obra, não esperou que se passasse um ano, nem esperou terminar a obra. E cá estamos, comemorando nosso segundo aniversário duas semanas depois de sua partida.

Olhemos à volta. Será que esse nosso turbilhão de pesquisas, leituras, releituras, conversas e convites, um dia haverá de abrandar? Já tivemos vontade, passageira, mas real, de cerrar as portas de nosso ateliê, distribuir as tintas e as telas, doar pincéis e espátulas. Gerardo apostava na empreitada. Nos incitava a estudar japonês, a escrever sempre, refundar nossa epopéia a cada número, a cada texto, cada ilustração. “Se fecharem a porta, lança mão do maçarico e abre um furo no titanium do pórtico”, talvez nos tenha dito. O certo é que celebramos nosso segundo aniversário com a certeza de estar construindo uma alternativa, professando a fé nos vivos.

Mas Gerardo gostava de festas e ficaria triste se não comemorássemos. Seguimos o seu conselho e preparamos um presente ao leitor. Um presente que se faz pela diversidade, passada e futura. Nesta edição especial, como no ano passado, nos empenhamos ao máximo para oferecer um hino à diversidade e à qualidade literária. A Confraria é de todos, por isso juntamos em uma mesma revista trabalhos inéditos de Augusto de Campos, Manoel de Barros, Nei Lopes, Silvio Fiorani, Silviano Santiago, Adolfo Montejo Navas, Izabela Bocayuva e Raul Antelo. Trouxemos pela primeira vez a escrita exilada de Svobóda Bachvárova, tudo sob os textos-tecidos-texturas exclusivos de Lena Bergstein e sob a escrita sonora de Têtes Raides.

Dentre as novidades, Roberto Alvim e Victor Paes, contribuintes de primeira hora e colunistas fundadores, deixaram suas colunas (não a revista). São bem-vindos Adolfo Montejo Navas, Guilherme Zarvos e Rod Britto. Márcio-André e Aderaldo Luciano continuam mais fortes do que nunca tocando suas colunas. No quadro funcional também houve alterações: Ronaldo Ferrito foi promovido de editor convidado e coroinha a editor fixo, com direito a foto engraçadinha e a doenças coronarianas.

E o melhor de tudo, além da edição cuidadosa, preparamos também, com a ajuda da FUNARTE, nossa primeira festa de aniversário (que é também o primeiro encontro entre editores e leitores da Confraria), a ser realizada no dia 7 de abril, a partir das 17 horas, no Espaço Cultural Laurinda Santos Lobo, em Santa Teresa, no Rio de Janeiro. A festa acontece dentro da programação da IV Semana Cultural de Santa e contará com a presença de vários autores que passaram pela revista. A entrada é franca e desejamos a presença de todos.

Para finalizar a lista de novidades, anunciamos também que em breve a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Editora Confraria do Vento lançarão a edição impressa especial retrospectiva de 2 anos desta revista, que até então só existia virtualmente.

Em suma, estamos comemorando nossa insistência. Gerardo está conosco e nos equaliza aos imortais quando diz, pelo seu narrador, no livro Olhos de gato: “Só Homero pôde ter a certeza de retratar um morto em seu funeral”. Obrigado, Gerardo! Obrigado, leitores! Colaboradores, obrigado!
 

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